Início de Semestre

Estamos começando nosso segundo semestre do curso de Ciências Biológicas - Ead - UFSC. Seja bem vindo ao nosso blog de Organização Escolar.

Nosso Grupo

Nosso Grupo
Alunas de Ciências Biológicas - Ead - UFSC - Araranguá

sábado, 13 de março de 2010

Síntese Coletiva

CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – CED
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ESPECIALIZADOS EM EDUCAÇÃO – EED
CURSO: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – Modalidade a Distância
Profª: Drª Terezinha Maria Cardoso e Roseli Zen Cerny
Acadêmicas: Cíntia Karina Elizandro – Cláudia Pacheco Pedro
Fabiana Daniel – Maria Eduarda Moreira da Silva



SÍNTESE COLETIVA


A cultura escolar pode ser considerada como os aspectos pedagógicos, organizacionais, arquitetônicos, entre outros, que se apresentam similares nas escolas de maneira em geral, e que estão arraigados ao imaginário coletivo. Já a cultura da escola é o movimento de diferenciação que ocorre em cada escola de uma forma específica, pois engloba não só a escola em si, mas também a dimensão da subjetividade dos atores nela envolvidos, incluindo aí a própria comunidade.
Importantes sociólogos como Durkheim, Weber e Marx, criaram concepções sobre as significações sociais da escola, procurando compreendê-la e organizá-la. Nessas diferentes concepções, desde as mais tradicionais como a funcionalista, a estruturalista e a reprodutivista, até as que conferem à escola uma esfera de autonomia que filtra as determinações exteriores, como um local de resistência e como um espaço sociocultural, percebe-se a tentativa de entender as finalidades da escolarização.
Para se entender a dimensão da instituição escolar cabe ressaltar que junto com as grandes civilizações veio a necessidade de um local para a disseminação da aprendizagem e da cultura. Assim, com o surgimento das cidades e da burguesia, nos séculos XI, XII e XII, o conceito da escola ganhou força, com o objetivo voltado aos interesses e necessidades desta nova classe. Porém, durante a Idade Média (de VII a XIV), a escola tinha como único objetivo a disseminação da doutrina cristã. Já, durante o período clássico (de XV a XVIII), com a invenção da imprensa, entre outras grandes descobertas, a escola passa a ter também a finalidade de socialização do indivíduo. A partir do século XVIII, no período tecnicista, a escola teve como finalidade a disseminação de saberes técnicos e científicos, e essa concepção deixou influências até hoje percebidas na educação contemporânea.
No Brasil, o processo de universalização da escolarização da população só ocorreu no início do século XX, com o processo de urbanização e de desenvolvimento industrial. Contudo, desde o período do Império, já se buscava legislar sobre a educação no território nacional, sendo de 1827 a primeira Lei Nacional que busca regular a educação primária abrangendo a gratuidade, o currículo e o salário dos professores, essa Lei durou oito anos. Com relação à educação escolar primária, foi só depois de cem anos passados que a Constituição Federal voltou a citar a Educação Nacional. É na Constituição de 1934, que a educação é incluída como direito do cidadão, gratuita e obrigatória. Nesse mesmo período é criado o Ministério da Educação e de Saúde Pública e fundado o Conselho Nacional de Educação. A primeira LDBEN é a Lei n. 4.024 de 1961, e em 1964, com o golpe militar uma nova LDBEN foi estruturada, a Lei n. 5.540/64, que legislava sobre o Ensino Superior, e a Lei n. 5.692/71, sobre o ensino de 1º E 2º graus. Na década de 1980, com a volta da democracia, uma nova LDBEN criada, a Lei n. 9,394/96, que está até hoje em vigor.
Não obstante, o direito à educação, para tornar-se realidade, deve materializar-se em um organismo que suporte programa, currículo, metodologia, espaço físico, professor e condições de trabalho, entre outros. O espaço físico faz parte da vida escolar e o empobrecimento desses espaços constitui-se em mais um componente excludente e desqualificador da educação. A arquitetura escolar não tem sofrido grandes modificações desde que nela, no século XVIII, foi incorporado o objetivo de transmissão dos saberes, da técnica e da ciência. Assim, há trezentos anos a escola, onde estudamos e vamos trabalhar, não experimenta profundas transformações arquitetônicas.
Vale salientar também que muitas das experiências históricas vividas durante os vários períodos em que a escola sofreu transformações, que a concepção que cada sociedade tem de escola, em se tratando de seus objetivos, de seus métodos e também de seus resultados, estão inseridos e vão se misturando ao longo do tempo com as novas dimensões, visões, conceituações e finalidades que a sociedade atribui à escola. Fatos estes que podem contribuir no momento da realização e aperfeiçoamento de seus métodos, servindo como base experimental, porém, em contrapartida, a preservação, a tradição e conservação de idéias e costumes podem de certa forma impedir a evolução do processo escolar, quando se pensa em tentativas de renovação.
Fazendo uma comparação entre a experiência pessoal do grupo e os conteúdos até agora estudados, foi possível perceber que as diversas significações sociais creditadas à escola, são vivenciadas de maneira diferente por cada indivíduo. O contato que se estabelece entre estudante (criança, adolescente, jovem e adulto) e o ambiente escolar, passa por um poderoso filtro pessoal. É interessante ressaltar que devido à cultura escolar, fica fácil argumentarmos sobre nossas experiências escolares, pois é como se existissem vários pontos de referência para análise, como a hierarquia adotada, a dicotomia da atuação dos professores deixando suas marcas, tanto positivas quanto negativas, regras, amizades, estrutura física tradicional apresentando poucas variações, classes seriadas e conteúdos por disciplinas, horário-padrão curto (talvez nos condicionando às atribulações da vida).
No que tange a cultura escolar, as visões funcionalista, estruturalista e reprodutivista são notórias no contexto, pois fomos preparados pra nos adequarmos a realidade social dominante. O que difere é a maneira como aconteceu esse condicionamento, ressaltando então a influência da cultura da escola, onde algumas desenvolveram um foco mais estruturado de resistência com maior autonomia em relação a esta concepção conservadora que se reproduz continuamente mesmo que com roupagens variadas.
Relatar a experiência grupal é uma tentativa por demais complexa, pois são universos distintos de entendimento, conjunturas de situações muito íntimas que estavam ocorrendo no turbilhão do sistema escolar em que estávamos inseridos. Alguns vivendo esse estágio com maiores resistências, encarando o ambiente escolar como uma arena, em que a sobrevivência de sua autonomia era a grande conquista almejada. Outros com mais aceitação, facilidade de adequação às condições impostas. E as próprias situações vivenciadas foram diferentes, mas a diferença no ambiente escolar é um adjetivo meio desprovido de significado. Incluir a diferença, não deveria ser apenas daquela que se revela aos olhos, como certas limitações físicas ou mentais à determinados padrões. Mas conceber o entendimento que incluir a diferença é respeitar a individualidade de cada ser que ingressa no ambiente escolar, respeitar a sensibilidade, a criatividade, as aptidões, as formas de aprendizagem e também as limitações de cada um.

BIBLIOGRAFIA
CARDOSO. Terezinha M. Organização escolar. Florianópolis: Biologia/EaD/UFSC. 2010.

CURI, Carlos R. J. Direito à educação: direito à Igualdade, direito à diferença. In: Cadernos de Pesquisa. n. 116. Jul. 2002.

GONÇALVES, Rita de C. A arquitetura escolar como materialidade do direito desigual à Educação. Ponto de Vista. n1. v.1. jul./dez. 1999.

Nenhum comentário:

Seguidores