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Alunas de Ciências Biológicas - Ead - UFSC - Araranguá

quinta-feira, 11 de março de 2010

Síntese Individual - Fabiana Daniel.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ESPECIALIZADOS EM EDUCAÇÃO
CURSO: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – Modalidade a Distância
Profª: Drª Terezinha Maria Cardoso e Roseli Zen Cerny
Acadêmica: Fabiana Daniel

SÍNTESE INDIVIDUAL E EXPERIENCIAS ESCOLARES COMO ESTUDANTE


De acordo com os textos consultados, a cultura escolar é considerada como a pedagogia, a organização, a arquitetura, entre outros, que se mostram semelhantes nas escolas. A cultura da escola, por sua vez, é o movimento de diferenciação que acontece em cada escola específicamente, englobando não só a escola, mas também os atores nela envolvidos e a comunidade.

O espaço físico faz parte da rotina escolar e a falta de investimentos nesses espaços nos mostra mais um elemento excludente e desqualificador da educação. Há trezentos anos a escola não experimenta profundas transformações arquitetônicas.

Com as grandes civilizações veio a precisão de um lugar para a transferência da aprendizagem e da cultura. Assim, com o surgimento das cidades e da burguesia o conceito da escola ganhou força, com o objetivo voltado aos interesses e necessidades desta nova classe. Durante a Idade Média, a escola tinha como único objetivo a disseminação da doutrina cristã, e durante o período clássico a escola passa a ter também a finalidade de socialização do indivíduo. No período tecnicista, a escola teve como finalidade a transferência de saberes técnicos e científicos, e essa concepção deixou influências na educação contemporânea.

No Brasil, no período do Império, já se buscava legislar sobre a educação no território nacional, é de 1827 a primeira Lei Nacional que busca ajustar a educação primária abrangendo a gratuidade, o currículo e o salário dos professores. A respeito da educação escolar primária, é só depois de cem anos passados, na Constituição de 1934, que a educação é incluída como direito do cidadão, gratuita e obrigatória. A primeira LDBEN é a Lei n. 4.024 de 1961, e em 1964, com o golpe militar uma nova LDBEN foi estruturada, a Lei n. 5.540/64, que legislava sobre o Ensino Superior, e a Lei n. 5.692/71, sobre o ensino de 1º. E 2º. Graus. Na década de 1980, com a volta da democracia, uma nova LDBEN criada, a Lei n. 9,394/96, que está até hoje em vigor.

O direito à educação escolar é de suma importância para uma nação, pois através da educação que se constrói a cidadania objetivando o direito à igualdade e à diferença. Porém a escola, com suas culturas, muitas vezes reproduz um ensino com vícios e dogmas que a distância de seu objetivo de redução das desigualdades e das discriminações.

Minhas experiências escolares como estudante são referentes ao ensino público em cidades do interior de Santa Catarina. Entrei na escola aos seis anos na década de 80 e minhas experiências observadas, excluindo o pré-escolar, foi de um ensino tradicional, onde as classes eram seriadas e os conteúdos separados por disciplinas tais como matemática, biologia, ciencias, história, etc.

As atividades eram realizadas quase sempre em sala de aula, salvo a disciplina de educação física, não lembro-me de passeios ou visitas realizadas em locais externos à escola. Por volta do início da década de 90 tínhamos vídeo cassete na escola, o que nos proporcionou a incrementação do conteúdo lecionado com filmes e documentários. Brincadeiras e jogos eram quase sempre restritos à disciplina de Educação física, ou eventos como gincanas, geralmente anuais.

No ensino religioso era estudado apenas a doutrina cristã com ênfase aos ensinamentos da Igreja Católica. Resávamos o Pai Nosso e cantávamos canções cristãs. Não lembro-me de ter estudado com alguém de outra religião e nem de haver qualquer questionamento sobre esta prática de ensino religioso. Isto mostra que a escola no final do século XX, ainda reproduzia, de forma discreta, sua finalidade atribuída entre os séculos VII a XIV.

A biblioteca era apenas uma pequena sala com alguns livros e quase nunca tínhamos acesso, não podíamos levar os livros para casa e não eram realizadas atividades lá dentro. Não haviam laboratórios de ciências, porém na escola em que passei a maior parte do meu ensino fundamental e médio havia uma grande pista de corrida e uma sala de teatro que hoje, infelizmente, foram desmanchados.

A organização do espaço escolar tem relação direta com o projeto político e pedagógico da escola, e conforme a pedagogia se altera os espaços escolares acompanham essas alterações. Nas escolas em que estudei, percebi uma arquitetura bem tradicional que reproduziam a concepção de escola como local social de controle e vigilância, obediência e valorização de alguns conhecimentos em detrimento de outros. E elas funcionam até hoje com os mesmos prédios, porém com algumas reformas e ampliações como ginásios de esportes e salas.

Apenas o Terceirão (último ano do ensino médio) estudei em uma escola particular, e não percebi nenhuma alteração em sua estrutura física e administrativa, nem em sua metodologia de ensino.

Pude observar então, que apesar de a educação escolar ter passado por várias mudanças ao longo dos séculos, muito ainda precisa ser feito para que a educação escolar, principalmente a pública em países como o Brasil, consiga atingir seus propósitos referentes à cidadania. Muito ainda precisa ser feito para que as pessoas tenham igualdade em seus direitos e que suas diferenças sejam respeitadas, entendidas e valorizadas. Acredito que a escola possa contribuir de forma significativa para a disseminação dos saberes e dos valores da cidadania e que, mesmo de forma vagarosa, muito já se conquistou e muito ainda será conquistado neste espaço de aprendizagem.

BIBLIOGRAFIA

CARDOSO. Terezinha M. Organização escolar. Florianópolis: Biologia/EaD/UFSC. 2010.

CURI, Carlos R. J. Direito à educação: direito à Igualdade, direito à diferença. In: Cadernos de Pesquisa. n. 116. Jul. 2002.

GONÇALVES, Rita de C. A arquitetura escolar como materialidade do direito desigual à Educação. Ponto de Vista. n1. v.1. jul./dez. 1999.

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