Início de Semestre

Estamos começando nosso segundo semestre do curso de Ciências Biológicas - Ead - UFSC. Seja bem vindo ao nosso blog de Organização Escolar.

Nosso Grupo

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Alunas de Ciências Biológicas - Ead - UFSC - Araranguá

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Atividade 6 - Síntese individual - Cíntia Karina Elizandro

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – CED
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ESPECIALIZADOS EM EDUCAÇÃO – EED
Profª: Drª Terezinha Maria Cardoso e Roseli Zen Cerny
Turma: Ciências Biológicas – Pólo Araranguá
Acadêmica: Cíntia Karina Elizandro


 
EVOLUIR ESCOLAR

No universo escolar, o currículo é uma questão fundamental para a qualidade de ensino, que no entanto, comumente foi, e frequentemente ainda é estruturado com base numa visão funcionalista da escola, onde se traçam objetivos para satisfazer as demandas de mão-de-obra do mercado de trabalho, inspirando um currículo conhecido por técnico-linear ou tecnicista. Se contrapondo a este modelo foram se desenvolvendo paralelamente, críticas baseadas na teoria marxista, que foram concebendo uma interpretação mais abrangente no que se refere à organização curricular, refletindo sobre as inter-relações criadas entre currículo escolar e a sociedade com suas múltiplas expressões.

Apesar dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, trazerem uma proposta de currículo integrado, onde o conhecimento possa e deva ser experienciado sob múltiplas perspectivas, a implementação dessa proposta fica sujeita ao “querer fazer” e à dedicação consciente dos sujeitos se predispondo à construção de uma educação mais verdadeira e menos mecânica.

A avaliação é outro processo delicado dentro do cotidiano escolar, uma vez que, implica numa forma de estruturação social competidora e adestradora no uso da ferramenta castigo/recompensa. Superar as armadilhas implícitas num processo avaliativo é fundamental para a construção de indivíduos mais autônomos e menos castrados em suas potencialidades. A avaliação deve ser multifocal, tendo vistas aos diversos reflexos que denotam o aprendizado como processo, e não “aquela coisa” determinista modelada em parâmetros reducionistas do saber medido numa míope escala numérica.

O Projeto Político-Pedagógico (PPP) é uma ferramenta que propicia à comunidade escolar um caminho para construção de uma escola democrática que satisfaça aos anseios dos sujeitos que a compõe. Segundo Cardoso:

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN nº 9394-96), especialmente em seus artigos 12, 13 e 14, atribui a cada unidade escolar a prerrogativa de elaborar seu Projeto Político-Pedagógico e cuidar para que a execução se faça de modo compartilhado com a comunidade. (2010, p.114)

Portanto, fazer uso correto e consciente desse instrumento é um pressuposto para o desenvolvimento de escolas adequadas às necessidades exigidas pelo seu contexto e cotidiano, considerando peculiaridades e objetivando a concretização de um espaço mais justo, digno e condizente com os desejos coletivos. Para tanto, o PPP deve ser um objeto de cuidado coletivo, em todas as suas etapas, tanto conceptivas, quanto executáveis, valorizado na medida do envolvimento dos sujeitos com sua trama que prevê o gerenciamento holístico da organização escolar, norteado por princípios éticos e epistemológicos que permearão a totalidade das ações previstas, como plano de governo, metas públicas em relação à comunidade escolar, planejamento de ações, definição de grupos de trabalho e coordenadores para desenvolvimento das ações propostas, entre outras, que devem ser priorizadas tendo em foco a escola desejável, e planejando o processo que viabilize a construção dessa escola.

O PPP pode ser visto como um processo basilar para a gestão democrática da escola, muitas vezes limitada pelo individualismo vigente na sociedade atual, refletido no seio escolar. Porém, é no viver democraticamente dentro do ambiente escolar que uma nova sociedade pode ser formar; a problemática é que uma coisa está atrelada à outra. A maneira como uma escola está organizada, se refletirá no exercício de democracia ou autoritarismo/submissão de cada sujeito envolvido. É grande, portanto, a responsabilidade da escola na formação de uma sociedade com indivíduos mais conscientes de seus direitos e poderes ou com a formação de indivíduos alienados e submissos aos mandatos impostos que dificilmente serão por eles questionados.

A gestão democrática da escola perpassa pela abertura à participação ativa dos diferentes atores e pelo respeito, atenção e cuidado à multiplicidade de interesses que advém da existência de uma sociedade em miniatura compondo seu corpo. Além de considerar a organização didático pedagógica como um mosaico que se complementa e se interconecta a todo instante em face à própria complexidade humana, priorizar esta ou aquela especialidade do ensino é deslizar pela trilha funcionalista da escola ditando seus imperativos orquestrados pelo condicionamento social.


REFERÊNCIAS

CARDOSO. Terezinha M. Organização escolar. Florianópolis: Biologia/EaD/UFSC. 2010.

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