Início de Semestre

Estamos começando nosso segundo semestre do curso de Ciências Biológicas - Ead - UFSC. Seja bem vindo ao nosso blog de Organização Escolar.

Nosso Grupo

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Alunas de Ciências Biológicas - Ead - UFSC - Araranguá

sábado, 15 de maio de 2010

Síntese Coletiva - Atividade 6.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – CED
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ESPECIALIZADOS EM EDUCAÇÃO – EED
Profª: Drª Terezinha Maria Cardoso e Roseli Zen Cerny
Turma: Ciências Biológicas – Pólo Araranguá
Acadêmicas: Cíntia Karina Elizandro – Cláudia Pacheco Pedro.
Fabiana Daniel – Maria Eduarda Moreira da Silva.


UNIVERSO ESCOLAR E SUA ORGANIZAÇÃO


O dia-a-dia, a organização, os fatos que ocorrem, entre muitas outras coisas, muito se parecem em todas as escolas, quando analisados de uma maneira bem geral. Porém quando são analisados os componentes que guiam esses fatos ocorridos, percebe-se então que as escolas são singulares, que cada uma possui seus métodos, estratégias, etc., que as diferenciam sim, e muito, mas que estes métodos/estratégias fazem parte de todas elas.

No universo escolar, o currículo é uma questão fundamental para a qualidade de ensino que, no entanto, comumente foi, e frequentemente ainda é estruturado com base numa visão funcionalista da escola, onde se traçam objetivos para satisfazer as demandas de mão-de-obra do mercado de trabalho, inspirando um currículo conhecido por técnico-linear ou tecnicista. Se contrapondo a este modelo foram se desenvolvendo paralelamente, críticas baseadas na teoria marxista, que foram concebendo uma interpretação mais abrangente no que se refere à organização curricular, refletindo sobre as inter-relações criadas entre currículo escolar e a sociedade com suas múltiplas expressões. Apesar dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, trazerem uma proposta de currículo integrado, onde o conhecimento possa e deva ser experienciado sob múltiplas perspectivas, a fim de que se abranja em uma dada disciplina, também outras áreas do conhecimento. Então “pensar a organização escolar é pensar o currículo em curso na escola”. (CARDOSO, 2010, pg. 104). Porém a implementação dessa proposta fica sujeita ao “querer fazer” e à dedicação consciente dos sujeitos se predispondo à construção de uma educação mais verdadeira e menos mecânica.

A avaliação é outro processo delicado dentro do cotidiano escolar, uma vez que, implica numa forma de estruturação social competidora e adestradora no uso da ferramenta castigo/recompensa. Superar as armadilhas implícitas num processo avaliativo é fundamental para a construção de indivíduos mais autônomos e menos castrados em suas potencialidades. A avaliação deve ser multifocal, tendo vistas aos diversos reflexos que denotam o aprendizado como processo, e não “aquela coisa” determinista modelada em parâmetros reducionistas do saber medido numa míope escala numérica.

O Projeto Político-Pedagógico (PPP) é uma ferramenta que propicia à comunidade escolar um caminho para construção de uma escola democrática que satisfaça aos anseios dos sujeitos que a compõe. Segundo Cardoso:

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN nº 9394-96), especialmente em seus artigos 12, 13 e 14, atribui a cada unidade escolar a prerrogativa de elaborar seu Projeto Político-Pedagógico e cuidar para que a execução se faça de modo compartilhado com a comunidade. (2010, p.114)
Portanto, fazer uso correto e consciente desse instrumento é um pressuposto para o desenvolvimento de escolas adequadas às necessidades exigidas pelo seu contexto e cotidiano, considerando peculiaridades e objetivando a concretização de um espaço mais justo, digno e condizente com os desejos coletivos. Para tanto, o PPP deve ser um objeto de cuidado coletivo, em todas as suas etapas, tanto conceptivas, quanto executáveis, valorizado na medida do envolvimento dos sujeitos com sua trama que prevê o gerenciamento holístico da organização escolar, norteado por princípios éticos e epistemológicos que permearão a totalidade das ações previstas, como plano de governo, metas públicas em relação à comunidade escolar, planejamento de ações, definição de grupos de trabalho e coordenadores para desenvolvimento das ações propostas, entre outras, que devem ser priorizadas tendo em foco a escola desejável, e planejando o processo que viabilize a construção dessa escola.

O PPP pode ser visto como um processo basilar para a gestão democrática da escola, muitas vezes limitada pelo individualismo vigente na sociedade atual, refletido no seio escolar. Porém, é no viver democraticamente dentro do ambiente escolar que uma nova sociedade pode ser formar; a problemática é que uma coisa está atrelada à outra. A maneira como uma escola está organizada, se refletirá no exercício de democracia ou autoritarismo/submissão de cada sujeito envolvido. É grande, portanto, a responsabilidade da escola na formação de uma sociedade com indivíduos mais conscientes de seus direitos e poderes ou com a formação de indivíduos alienados e submissos aos mandatos impostos que dificilmente serão por eles questionados.

Em meio a esta organização escolar percebe-se ainda no interior da escola os espaços, as paredes, os mobiliários, os setores, os corredores, todos destinados à condução disciplinada de alunos, professores e funcionários. Neste contexto, pode-se observar a escola e a educação como engrenagens institucionais onde os sujeitos tornam-se reféns de uma ordem totalitária e burocrática. (PIMENTEL, 2002, p. 150).

Porém, cabe ressaltar, que o espaço escolar não está dissociado às práticas humanas cotidianas onde ocorrem o namoro, os entretenimentos, as fofocas, o erotismo, entre outros. “O cotidiano do espaço escolar pulsa no ritmo das vidas que preenchem as suas arquiteturas”. (PIMENTEL, 2002, p. 150). Ou seja, assim como acontece na vida, as formas individuais de viver e perceber o mundo estão presentes nas diferentes formas de ensinar e aprender. Cada indivíduo assim enriquece os processos culturais introduzidos nas práticas educativas.

A gestão democrática da escola perpassa pela abertura à participação ativa dos diferentes atores e pelo respeito, atenção e cuidado à multiplicidade de interesses que advém da existência de uma sociedade em miniatura compondo seu corpo. Além de considerar a organização didático-pedagógica como um mosaico que se complementa e se interconecta a todo instante em face à própria complexidade humana, priorizar esta ou aquela especialidade do ensino é deslizar pela trilha funcionalista da escola ditando seus imperativos orquestrados pelo condicionamento social.



REFERÊNCIAS

CARDOSO, T. M. Organização escolar. 1. reimp. Florianópolis : BIOLOGIA/EAD/UFSC, 2010.

PIMENTEL, A. Escola, educação e gestão da vida. Ponto de Vista, Florianópolis, n. 3/4, p. 145-159, 2002.



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