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Estamos começando nosso segundo semestre do curso de Ciências Biológicas - Ead - UFSC. Seja bem vindo ao nosso blog de Organização Escolar.

Nosso Grupo

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Alunas de Ciências Biológicas - Ead - UFSC - Araranguá

quarta-feira, 12 de maio de 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ESPECIALIZADOS EM EDUCAÇÃO
CURSO: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – MODALIDADE A DISTANCIA
PROFA. TEREZINHA MARIA CARDOSO E ROSELI ZEN CARNY
ACADEMICA: FABIANA DANIEL

ATIVIDADE 6
ESCOLA : GESTÃO DEMOCRÁTICA E GESTÃO DO CUIDADO

Assim como ocorre com a escola, a forma de se entender o currículo vem se modificando ao longo do tempo. O currículo entendido pelo modelo tecnicista é o conjunto das disciplinas e os conteúdos que devem ser transmitidos do professor para o educando. Este modelo baseia-se nos princípios da racionalidade, eficiência e produtividade. A partir de 1980 chega ao Brasil a visão crítica de se entender o currículo, ocorre então, uma crítica ao modelo tecnicista baseado na teoria marxista. Compreende-se, a partir daí, o currículo como algo além das disciplinas e conteúdos, incorporando-lhe implicações sociais, políticas, econômicas e culturais.

Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacional) propõem a organização curricular de forma integrada, buscando uma interconexão entre as diferentes disciplinas (e seus conteúdos) com a finalidade de que um tema possa ser estudado sob o ponto de vista das várias áreas do conhecimento. Porém esta integração curricular precisa da vontade dos sujeitos envolvidos de praticá-la. Pode-se dizer então, que a visão atualmente empregada ao currículo o entende como tudo o que acontece na escola, e que afeta a forma de ensinar e aprender, ou seja, a construção coletiva do saber.

A avaliação também faz parte do processo de ensino-aprendizagem, pois é através dela que educadores e educandos percebem o quanto alcançaram as metas propostas nas atividades pedagógicas. A concepção tecnicista da avaliação a compreende como forma classificatória, onde atitudes como punição e recompensa se justificam. As críticas a essa concepção traz uma ideia de avaliação a serviço de práticas docente emancipatórias e inclusiva, visando a busca de novos rumos pra que todos aprendam.

Sobre o projeto político-pedagógico pode-se dizer que faz parte da escola mesmo quando esta diz não tê-lo formalmente em um documento, pois ele está presente em todos os espaços da organização escolar. Assim, devemos perceber como a equipe pedagógica e administrativa se efetiva com seu PPP, entender se são valorizadas as ações que tornam a escola um espaço democrático, que respeita as manifestações ou não. Devemos perceber também a importância atribuída aos educandos e seus familiares, aos professores e funcionários da escola.

A LDBEN n. 9394-96 atribui a cada escola a tarefa de elaborar eu PPP e ficar atenta para que sua execução ocorra de forma compartilhada com a comunidade, e que a prática pedagógica se guie pela ética do cuidado.

O PPP traz em sua formação o projeto, o político e o pedagógico como uma tríade indissociável que busca a antecipação de possibilidade, a legitimidade do outro e a transformação criativa do cotidiano. Então podemos refletir que o PPP deve afirmar a prática do cuidado no ambiente escolar, onde os sujeitos ali inseridos, consigam compartilhar ideias, conflitos, incertezas expressas em palavras, ações ou ocultos na ignorância de quem não consegue nem mesmo expressá-los.

Contudo, o cotidiano da escola é rico em fenômenos de expansão da vida. O viver ali é uma declaração de desordem, pois transcende a ordem que asfixia a capacidade de expressão. A escola e a educação são resultados da produção cultural humana com suas subjetividades.

No interior da escola percebem-se os espaços, as paredes, os mobiliários, os setores, os corredores, todos destinados à condução disciplinada de alunos, professores e funcionários. Neste contexto, pode-se observar a escola e a educação como engrenagens institucionais onde os sujeitos tornam-se reféns de uma ordem totalitária e burocrática. (PIMENTEL, 2002, p. 150).

Porém, cabe ressaltar, que o espaço escolar não está dissociado às práticas humanas cotidianas onde ocorrem o namoro, os entretenimentos, as fofocas, o erotismo, entre outros. “O cotidiano do espaço escolar pulsa no ritmo das vidas que preenchem as suas arquiteturas”. (PIMENTEL, 2002, p. 150). Ou seja, assim como acontece na vida, as idiossincrasias humanas estão presentes nas diferentes formas de ensinar e aprender. Cada indivíduo assim enriquece os processos culturais embutidos nas práticas educativas.

Por fim, a gestão democrática da escola é aquela que respeita as especificidades culturais da comunidade e tem o espaço escolar como um lugar social do cuidado e da aprendizagem. A gestão da escola precisa considerar a vida como principal fundamento das práticas pedagógicas, precisa ser feita em grupo, de forma democrática, tendo como norteador o planejamento, a diretividade e o respeito às decisões coletivas, privilegiando a dialogicidade, a abertura epistemológica e política e a formação de pessoas com responsabilidade social.


REFERÊNCIAS


CARDOSO, T. M. Organização escolar. 1. reimp. Florianópolis : BIOLOGIA/EAD/UFSC, 2010.


PIMENTEL, A. Escola, educação e gestão da vida. Ponto de Vista, Florianópolis, n. 3/4, p. 145-159, 2002.

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